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Data: 28 de novembro de 2018   Caderno: Notícias   Fonte: Portal ABDI   Cidade: Brasília – DF

Seis ideias para a indústria espacial

Seis empresas foram classificadas no “Desafio Espacial”, proposto pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), realizado durante o 2º Fórum da Indústria Espacial Brasileira. A ação foi dividida em duas categorias: ideias e protótipos. “Nosso objetivo era instigar empresas, startups e grupos de pesquisa a apresentar soluções para a indústria espacial brasileira”, indica o especialista em Desenvolvimento Industrial da ABDI, Cássio Rabello. As empresas apresentaram soluções para três segmentos: observação da terra, comunicações e meteorologia.

Seis empresas foram classificadas no “Desafio Espacial”, proposto pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), realizado durante o 2o Fórum da Indústria Espacial Brasileira. A ação foi dividida em duas categorias: ideias e protótipos. “Nosso objetivo era instigar empresas, startups e grupos de pesquisa a apresentar soluções para a indústria espacial brasileira”, indica o especialista em Desenvolvimento Industrial da ABDI, Cássio Rabello. As empresas apresentaram soluções para três segmentos: observação da terra, comunicações e meteorologia.

“Ideias”

Para a categoria “ideias”, Andreas Petroll, de Santa Catarina, propôs um monitoramento de veículos via satélite. Aeronaves em voos irregulares, embarcações atracadas ilegalmente e roubo de caminhões seriam algumas das situações vigiadas pela ferramenta. “Seria criado um algoritmo que identificaria, por imagens, aviões, barcos ou caminhões. Nos aviões, por exemplo, tem um código pintado na asa”, como explica um dos desenvolvedores da ideia, Andreas Petrol. Possíveis clientes seriam o Poder Público e seguradoras de veículos. “Precisamos participar de programas de empreendedorismo para criar a empresa e possibilitar a ideia. Iniciativas como a da ABDI ajudam neste caminho”, disse.

A empresa júnior Zenit, formada por alunos da Universidade de Brasília (UnB), propôs um programa de computador para auxiliar o combate de pragas em plantações. Segundo Vítor Batista, integrante da empresa, a ferramenta utilizaria complementarmente imagens de drones e satélites. “Imagens de drones levam muito tempo para ser processadas, os satélites têm pouca precisão. Então queremos que o satélite colha o primeiro dado, apontando onde estão as anomalias na plantação, e o drone identificaria de forma mais precisa qual o problema”. Com as informações provenientes, o agricultor conseguiria resolver o problema com maior precisão e de forma mais rápida.

“Protótipos”

Já na categoria de protótipos foram quatro projetos. A Emsisti, de São José dos Campos, propôs um kit didático aeroespacial. “Alunos do ensino universitário, médio, básico e em geral poderão aprender como montar, integrar e estar em um satélite de pequeno porte. Também temos uma estação terrena, que recebe dados de satélites reais ou simulados”, explica o integrante da startup, Marcelo Essado. O kit é composto de peças eletrônicas e material didático. O público alvo do protótipo são escolas e professores, mas a empresa pretende também oferecer o produto pela internet para o mercado em geral.

A JTDH Engenharia, que fica dentro do Parque Tecnológico de São José dos Campos, apresentou a ideia de um computador de bordo inteligente e modular. A sócia fundadora, Débora Siqueira, ressalta que em um satélite essa ferramenta é de fundamental importância. “É necessária uma peça que faça a interligação entre todos os sistemas de um satélite. Como eu vou transmitir um sinal? Lá no computador de bordo terá essa rotina especificada, por exemplo”. Pelo fato de ser modular, a tecnologia poderia ser aplicada a satélites de todos os tamanhos. Débora ainda apontou que o Brasil ainda não desenvolve esse tipo de computador.

O Grupo Criar, de Ribeirão Preto, trouxe para o “Desafio Espacial” a Antena Direcional Automática 1 (ADA1). “Para receber informações dos satélites é preciso possuir uma antena. Ela tem que acompanhar o satélite quando ele passa por cima de determinada região e, ao mesmo tempo, é preciso sintonizar na frequência que o equipamento transmite”, explica Sergio Soares diretor do Grupo Criar. A ADA 1 realiza esse trabalho automaticamente. “Definidos os satélites, o sistema monitora a passagem do satélite, ativa o posicionamento, sintoniza a frequência, faz a aquisição dos dados, processa os dados e distribui via internet”. A tecnologia é cara fora do Brasil, então desenvolver aqui pode baratear o serviço, segundo Soares. A ADA 1 já está em operação no país.

Para encerrar as exposições, a Quiron desenvolveu um sistema agrodigital. Ele faz observação de florestas nativas, florestas plantadas e culturas em geral. A ideia é acompanhar a qualidade destes ambientes. São utilizadas imagens de satélite para o controle de pragas, umidade e estresse hídrico. Ondas eletromagnéticas captadas por satélites ajudam a medir, por exemplo, a quantidade de água nas plantas.

Antes das propostas serem apresentadas, o professor de sensoriamento remoto da Universidade de Brasília, Giarcolo Santilli, demonstrou um exemplo de utilização do Satélite Geoestacionário Brasileiro, que foi lançado em 2017. A ideia é utilizar o potencial de comunicação do equipamento para facilitar o atendimento médico, por meio da telemedicina. “Na África foi implantado um serviço parecido por meio de uma plataforma”, informou. O professor ainda destacou que as universidades devem ser uma fábrica de ideias para que outros setores possam desenvolvê-las.

“Na academia podemos pensar para que empresas ou instituições consigam trabalhar”. O 2º Fórum da Indústria Espacial Brasileira aconteceu no parque Tecnológico de São José dos Campos. O evento contou com 350 participantes e cerca de 70 empresas do setor espacial brasileiro acompanharam os trabalhos. O objetivo do “Desafio Espacial” era aproximar os desenvolvedores de soluções destas empresas.